Rum, charutos e piratas. Neste caso a historia é mais fantástica que a ficção.
A cana-de-açúcar, sua matéria prima, chegou
ao Caribe por Cristovão Colombo, no final do século XV, e
espalhou-se por todas as ilhas.
Não se sabe ao certo qual ilha foi a primeira a destilar o melaço da cana mas alguns apontam para Barbados.
No começo era conhecido como " vinho de açúcar", sendo considerado uma bebida medicinal capaz de curar doenças e expulsar
os "demônios" do corpo. Sua história conta ainda que sua alta graduação
alcoólica (de 40 a 75 graus) servia para acalmar os ânimos e encorajar
os piratas do século 19, na hora dos combates, além de servir como moeda
para a troca de escravos.
Fermentado de duas maneiras diferentes (agrícola e industrial), o rum é
transparente e cristalino ao sair do alambique. A cor dourada,
encontrada em alguns tipos da bebida, é resultado do envelhecimento em
tonéis de carvalho, ou, na maioria dos casos, pela adição de corantes de
caramelo. Os envelhecidos, como o añejo cubano, que repousa por sete
anos e tem buquê digno dos melhores conhaques, não deve ser usado em
coquetéis. Os mais exigentes, inclusive, recusam-se a bebê-lo com gelo.
Mas o rum é ingrediente principal em drinques que são consumidos há
muito tempo em todo o mundo, como Daiquiri, Cuba Libre e Mojito.
Conhecido como rum, ron e rhum, uma das
possíveis origens do nome seria a palavra latina saccharum, que
significa açúcar. Outra origem, relacionada aos piratas, está ligada ao
termo inglês antigo rumbullion (em Português, tumulto), ou seja, as
arruaças dos bebedores após festejar o sucesso de seus saques.
Leves ou encorpados, os runs têm, em
geral, de 35% a 45% de gradação alcoólica. Os leves são produtos
amadurecidos por pouco tempo e classificados como dourado (oro, carta
ouro ou golden) e transparente (blanco, carta blanca, prata, silver ou
white). Seus aromas são associados às especiarias e às frutas secas:
uvas-passas, ameixas e, algumas vezes, baunilha. Além disso, podem ser
distinguidos pelo país que os produz:
● CUBA – runs leves e suaves;
● JAMAICA – runs fortes, encorpados, envelhecidos em carvalho e duplamente destilados;
● BARBADOS – runs mais ou menos leves, com sabor acentuado de carvalho;
● MARTINICA – runs encorpados e pungentes feitos com suco de cana no lugar do melaço;
● PORTO RICO – runs leves e de muita qualidade.
O rum premium, em geral cor de caramelo e envelhecido, deve ser
servido em temperatura ambiente, puro, como digestivo ou para acompanhar
um bom charuto. O copo pode ser o de conhaque ou mesmo uma boa taça
para cachaça ou vinho do Porto. O rum branco, quando tomado puro, deve
ser servido frio.
Em 1954, o escritor norte-americano Ernest Hemingway escreveu as seguintes frases:“My Mojito in La Bodeguita, My Daiquiri in El Floridita”. As
frases estão emolduradas e penduradas na parede do bar mais famoso de
Havana, La Boguedita del Medio, no bairro antigo da capital cubana,
somente a alguns quarteirões de distância do restaurante La Floridita,
onde o escritor sentava-se todos os dias para uns quatro ou cinco
coquetéis.
Na cultura popular, o rum é classicamente associado a piratas, sendo
retratado como a bebida predileta dos mesmos. Alguns piratas associados
ao rum foram o britânico (gaulês) Capitão Henry Morgan, George Lowther, Ned Low, John Browne, William Lewis e Edward Teac, o Barba Negra
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